Caro desconhecido ,
Dar a mão ao passado é um passo pouco seguro , tendo em conta a dimensão do passado em questão...
Hoje senti de novo a tua pele , a suavidade das tuas mãos , e as más recordações que elas me trazem .
Nos últimos dias a tua sombra percorre todos os meus passos , como se ainda houvesse algo a dizer , se calhar até há , mas este desconhecido já herdou demais do coração e da alma , levou um sorriso repleto de histórias inacabadas no tempo , onde as personagens se pintavam em tons apaixonados , não existia preto e branco , ele fartavasse de lhe dizer que ela merecia o arco-íris , e de facto deu-o , mas depressa as cores desapareceram com os dias , e a monotonia a que os corações quase se acustomavam.
Herdou um coração repleto de sentimento , que depressa se tornou num refugio de lágrimas forçosamente mudas pelos teus actos .
O desconhecido conhecia todo o terreno que pisava , insistia em dar formas a mundos perdidos e distantes daquele que teria sido o nosso tempo , aquele que denominava de duradouro , muito duradouro ... De facto , eu quis acreditar que sim , e acreditei , deixei-me levar pela clareza das noites a teu lado , pela solides das tuas pinturas abstractas , mas tão perfeitas a cerca de um ideal futuro a dois.
Era amor , claro que era !
O desconhecido sentiu , o desconhecido soube amar , e da mesma forma que tudo cativou , tudo acabou por deixar no ponto de partida , aquele que ambos conhecemos melhor até que nós próprios . Muito provavelmente de lá nunca devíamos ter saído , abriu-nos as portas para a mais profunda felicidade , mas também foi ele que me colocou a correr para o abismo ...
Abismo esse que me leva quase a arrepender de tudo o que passamos juntos!
O desconhecido instalou-se , e ocupou um lugar , ou será que devo dizer " o lugar " ?
Foi a ternura do quotidiano que iludiu os caminhos percorridos .
O equilíbrio foi-se com as pinturas antigas , agora as personagens perderam a vida , naquele dia negro ... Restam apenas pincéis velhos , com as tintas escuras já ressequidas com o tempo ...
Nada se apaga ... Esta mágoa o tempo atenua , e quem sabe se as personagens não poderam assumir outro papel , desta vez bem longe do desconhecido.
Pedro , o nome dele era Pedro.
tens razão, é erguer a cabeça e siga ((:
ResponderEliminarp.s : gostei muito do blog, escreves mesmo bem *
Obrigada :)
ResponderEliminarainda bem, muito obrigada :)
ResponderEliminarainda bem e obrigada :)
ResponderEliminarainda tens? :o isso é que é mau!
ResponderEliminarQue bom, muito obrigada!
ResponderEliminarnão tens de agradecer sua fofa*
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